A reza do grito.


Ainda que eu pondere meu espírito e tente saciar sua fúria, algo dentro de mim ainda diz que quero gritar.

Não gritar para falar mais alto. Não gritar para assustar. Mas gritar para escarnecer meu adversário.

Quando sou atacado me transformo num monstro. E este monstro não meça palavras baixas e nem altas. O objetivo é causar a dor e levar ao inferno.

Quando grito não sou mais eu; não sou mais você, não sou mais ninguém e nem sou quem eu sou no momento.

Quando berro sou apenas um demônio se debatendo para atingir e sentir cheiro do sangue.

Ainda que eu pondere meu espírito e tente alimentar a calma dentro de mim, quando gritam comigo para sentirem o cheiro de meu sangue, apenas me resta gritar mais alto.

Ainda que eu pondere meu espírito, antes o sangue deles do que o meu.

Ainda que eu pondere meu grito, que este seja mais forte do que o deles.

Amém.

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