Pegando palavras de Augusto dos Anjos:
“O amor, poeta, é como cana azeda,
A toda boca que não prova engana.”
“O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.”
“Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor na humanidade é uma mentira.
É. E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.”
“Para iludir a minha desgraça, estudo
Intimamente sei que não me iludo!”
“Escarrar de um abismo noutro abismo,
Mandando ao Céu o fumo de um cigarro,
Há mais filosofia neste escarro
Do que em toda a moral do cristianismo!”
“A esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a crença.
Vão-se sonhos nas asas da descrença, voltam sonhos nas asas da esperança.”