Nosso Senhor.


Daí teus lábios, úmidos e escorregadios deslizam pela película de saliva que encobre a minha, tão tua, boca.

O vermelho a ti pertence! O bronze escuro que cria atrito ao seu manto alvo é sua fonte de calor e minha reza ao teu deus.

Não! Não tenho um deus. Meu deus é teu deus. Seus cabelos são a pelugem macia que encobre aos anjos que te protegem. Seus olhos arremessam o brilho do que me deslumbra! Tiram minha sombra. Derrubam meu equilíbrio.

Ai de mim.

Ai de mim que nada fiz.

Ai de mim que nada quis.

Nessa aventura de querer ser desigual, tão igual eu sou agora como qualquer homem que anda pelas ruas ansiando a volta de teu próprio ateísmo. A falta de crença que antes lhe caia bem!

Mas ai.

Ai de mim e ai de você.

Que nosso senhor, meu amor, tenha piedade de nós.

Charro

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