Um conto de Fadas.


Certo dia, uma Princesa adentrou no salão principal do castelo, que sustentava brasões e mais brasões de diferentes vitórias, ao longo das paredes, e avistou Shyenkss, o Elfo que guardava as chaves do reino dos sonhos vestindo roupas sujas e rasgadas, portando uma garrafa de Hidromel em sua mão direita.

– O que faz aqui vestido dessa forma decadente e com esta garrafa na mão, caro Shyenkss?

Shyenkss mirou, ou apenas tentou, seu olhar aos olhos da Princesa. A cor violeta de seu olhar demonstrava uma maré formando-se logo abaixo, mas com tamanha tenacidade, o Elfo não deixou que aquilo se tornasse lágrimas, e respondeu:

– Vê-me da forma que eu sou. Mesmo eu, que porto as chaves dos sonhos, tenho meus defeitos e vícios, cara Princesa.

A princesa, então, assumiu um tom de fúria:

– Saia de meu castelo, fada bastarda. Não é digno de pisar em minha terra aquele que não mostra suas vestes como são! Tú tens a alma flácida, fétida e sem gosto. Foges das pessoas trancando-se nestas vestimentas miseráveis, fecha-se do mundo. É uma fada que sofre sozinha. Canalha ridículo. Apenas preocupa-se com os portões que guarda e com suas noites nas florestas junto das ninfas. Assemelha-se aos piores dos Sátiros. Já não é mais tu que vejo em minha frente. Não pise mais em minhas terras; não mais olhe em meus olhos.

Shyenkss, cambaleando pelos efeitos do Hidromel, caminhou para fora do castelo pensando onde poderia viver. Aquela ainda era sua terra, não poderia abandoná-la. No entanto tinha ordens soberanas para que nunca mais pisasse naquele solo que era teu lar. Avistou então uma árvore gigante muito conhecida entre os povos nórdicos. Subiu o mais alto que conseguiu e nunca mais desceu de lá.

2 comentários em “Um conto de Fadas.

  1. O noticiário avisou que, devido à época de chuvas, algumas árvores do reino corriam o risco de desabar e destruir habitações, ameaçando a vida da população. Até alguns agrônomos, contratados pela prefeitura encantada, ficaram incumbidos de inspecionar todas as árvores que estariam condenadas…e, dentre elas, estava aquela mais alta, muito conhecida pelos nórdicos… : a dita cuja estava infestada de cupins, fora a presença de um Elfo de rua que não saía dali e causava certa estranhesa na paisagem… Mas a burocracia para derrubarem a árvore era tanta, que a terrível tempestade não pôde esperar. Era a Princesa que, por não aguentar a ausência de Shyenkss, desatou a chorar:

    “Buáááááááááááá!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Eu não consigo viver sem aquele Elfo !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Ele é o grardião dos sonhos… e agora eu só tenho pesadelo!!!! Eu quero o Shyenkss de voltaaaa, mesmo com aquelas roupas imundas…, qualquer coisa é só deixar ele sem nadinha uiuiuiiuiu, cof… buáááááááááááá!!!!!!!!!!!!!!!!!”

    Logo, as lágrimas da Princesa inundaram o reino. Shyenks, do alto da árvore, preocupava-se: “Fudeu, eu não sei nadar…”

    Em pouco tempo, a árvore rangeu e desabou em cima do castelo da Princesa… o Elfo de rua se debatia na água, sem largar sua garrafa de Hidromel, claro, e gritava:

    “Heeelp!!!!” (era um Elfo inglês ¬¬…)

    Rapidamente, a Princesa aparece num bote, remando às pressas para salvar Shyenkss que se afogava, e faz uma respiração boca a boca nele… uiuiuiuiu

    Ele abre os olhos e fala: “Oh! Não sou digno de seu reino…, sou uma fada bastarda (?)…, uso roupas imundas…, assemelho-me ao pior dos sátiros…”

    A Princesa tapa seus lábios com sua mãozinha delicada e diz:
    “Shhhhhhhhhiiiiiiiiiiuuuuuuuuuuuuu!!!!!! Eu te gosto, seu bobinho …, do jeito que vc é ;)”

    E eles viveram felizes num alojamento para desabrigados, enchendo a cara de Hidromel…

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