Tábata 2.

Tábata insistiu em ficar mais uma vez depois de ter cortado o pé fazendo trilha na África. Como um bom amigo, deixei que ficasse. Ela me contou sobre o tour através do mundo, e sobre insistência minha, contou-me sobre seus relacionamentos em vários países. De inicio quis matá-la, depois me acalmei, já não tínhamos mais nada um com o outro, portanto, ambos éramos livres apesar dar dor.

Depois da segunda taça de vinho ela disse que ainda me amava e que não poderia viver sem mim; sorri para ela e voltamos a ficar juntos naquela noite agradável de dezembro.

Tudo o que ela disse naquela madrugada, fez com que eu me esquecesse das coisas ruins e do abandono. Foi como dormir entre as nuvens.

Assim que acordamos, ela vestiu-se e falou que ia comprar pães para o café.

Enquanto isso, arrumei a mesa com manteiga, leite e biscoitos de baunilha que a tia Lurdinha, há muito, havia me ensinado a receita. Sentei-me à mesa e esperei. Com a demora, resolvi tomar banho, tamanha minha surpresa quando em cima da pia, encontrei um bilhete que dizia: “Te amo tanto, mas sinto em dizer aqui o que não tive coragem de falar pessoalmente: Estou indo embora para a França. Meu advogado nigeriano me escreveu um e-mail dizendo que você havia pagado as contas, inclusive os honorários que eu havia me esquecido. Muito obrigado. Assim que possível depositarei cento e cinqüenta reais em sua conta, mas já aviso que pode demorar. Assim que possível envio um postal.

Acho que dessa vez nunca mais me verá novamente. Se cuida e aproveita a vida, afinal, cada um de nós tem a própria.

Te amo.

Da sempre tua, Tábata.”.