Tábata.


Nunca mais namorei, fato esse constatado por mim e, logo depois, por meu analista. Ele ficou um bom tempo tentando descobrir o motivo, e digo à vocês que, até hoje, deve refletir sem saber a verdade.

O fato é que quando me apaixonei, comecei a freqüentar a casa de Tábata mais e mais vezes. Quase todos os dias, e ela, sempre carinhosa, sorria-me com desenvoltura e nunca me tratava mal.

Tábata era doida. Doida de pedra como dizem por aí. Ela quem me deu o primeiro cigarro e o primeiro gole de vinho tipo Cabernet Suavignon numa tarde de sexta-feira, quando juntos, cabulamos o serviço e fomos para Guararema pescar.

Dias depois eu percebi que tinha que fazer algo.

Passei numa dessas lojas especializadas em chocolate. Comprei uma caixa em formato de coração, amarrei uma fita vermelha e fui para a conquista. Resultado: Ela me aceitou como o menino dela.

Seis meses depois, uma semana após de meu aniversário, quando fui visitá-la numa tarde de sábado, havia em cima de sua penteadeira apenas um bilhete que dizia: “Fui para a Itália, não pretendo voltar. Dentro da segunda gaveta de meu guarda roupas tem duzentos reais que devo para meu advogado nigeriano, pague-o, por favor. Nem ele e nem você voltarão a me ver”.

Te amo.

Beijos da sempre tua, Tábata.

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