Uma triste decepção com o mundo real.

Eu, sinceramente, já nem sei o que penso.

Além de habitar um corpo que já não é mais meu, ainda por cima preciso traçar uma vida da qual, cada dia que passa, me sinto mais e mais desconectado, não pertencer a ela.
Já não tenho mais energia pra procurar abrigo. Ultimamente quanto mais só, melhor. Antes as pessoas reclamavam que eu sempre precisava de ajuda, que vivia reclamando, acho que havia uma certa razão no que diziam, e assim, sem querer, fui mudando, mudando e mudando ao ponto de desaparecer das vistas ao menor do problema, melhor assim. Já basta para todos apenas ler o que escrevo. Atualização; globalização… É isso. Assim, ao menos, ninguém me cobra nada. Não entro no blog de ninguém, não peço ajuda de ninguém. Uma troca justa até esse egoísmo levar embora toda a angustia que sinto.

Já não sou mais eu.

Saudades de mim.

Agora vivo fazendo tudo o que o homem mais imundo do mundo poderia fazer; não gosto disso, mas é o que resta por enquanto até eu voltar ao meu corpo e me habituar a vida sem graça que levo. São tantas coisas que incomodam, e eu, no fim das contas, só gostaria de me contentar com o que me é oferecido e não pensar: Essa vida não é pra mim, não fui feito pra isso, quando levar uma bronca idiota de algum chefe por aí.

Semana passada meu chefe me perguntou: Você frequenta um analista? […] A única coisa da qual você se importa é com cultura.

Ele não é uma má pessoa, pelo contrário, mas é osso!

Viver no mundo é foda, morrer é foda; não quero. Não quero nenhuma das duas coisas. Sendo assim, quanto tempo eu poderia agüentar vivendo só comigo sem partir por inanição? Por quanto tempo as pessoas me deixariam em paz? Não aguento mais este lugar, mas estou lá, todos os dias fingindo sorrir e mentindo ao me divertir.

Quero viver em minha cabeça. Um lugar mágico onde às vezes sou super-herói, outras vezes Príncipe, algumas vilão… Um lugar onde até ao Jô Soares eu já fui.

Boa noite e bons sonhos.