Agora que passou, acho que posso tomar meu banho em paz… Agora que mais nada por aqui tem remédio, posso curtir minha latente e lasciva poesia e dançar rodopiando em formas de moinho que a água forma ao me deitar na branca banheira. Hoje não vou me ensaboar. Ficarei aqui, na água quente que me aquece do frio lá fora e também do frio que está aqui dentro… Hoje quero apenas hemácias… Hoje vou cantar pra espantar de tudo… Mas não trouxe sal grosso… Não… Arderia ainda mais as partes depiladas de meu corpo… Eu? Metrossexual? Certamente não me conhece, e eu não explicarei, você não entenderia, apenas ficaria chocado e tentaria me convencer de algo já decidido.
Continuando com meu banho… Pego apenas o sabonete e o faço dançar pelo meu rosto, com cuidado com os olhos, claro, não quero ardência nos olhos… Isso é pra outro lugar… Jogo o sabonete liquido de Sândalo que minha mãe comprou na semana passada, jogo o pote todo, quero estar bem perfumado, mas não irei me esfregar, deixe as esponjas para os indelicados, não para mim. Passo a mão por meu corpo e me derreto com tudo aquilo o que foi desperdiçado, mas também não quero sujar a água quente da banheira, então apenas lamento por tudo aquilo que foi deixado de lado no calor de duas vidas inteiras, ou quase inteiras, ao menos uma vida deve ter sido inteira: a minha.
Pego a lâmina de depilar e saio deslizando-a em meu corpo nu e sedento. Sedento não sei-de-quê. Lapido a pele e coo o liquido ferrugem. Depilo com força, destaco no local indicado… Mergulho a nuca na água quentinha e relaxo… Nada de estresse, nada de nada… Somente descanso e silêncio… Vou dormindo enquanto a água fica suja e vou me limpando por dentro… Agora sim estou limpo de verdade… Vou tirar um cochilo.
Enfim, só.
Bela fotografia!
uau…q banho…
😛
Homem se depilanto com gilete na banheira?? puts ahahhaa