…Cézar parou rente as grades da sacada, olhou para trás e viu Ana Lúcia.
A moça ainda estava com seu pijama listrado tipo presidiário. Ele olhou pra baixo e sorriu antes de voltar o olhar para a moça que permanecia séria e de braços cruzados a sua frente.
– Porque veio? – Ela perguntou.
O sorriso de Cézar foi tomando proporções pequenas até sumir.
– Sua prima lhe contou?
– Sim – Disse ela olhando para baixo – Espero que sejam felizes assim. Nunca se deram bem de outra forma.
Cézar sorriu mais uma vez e deu meia volta nos calcanhares olhando para o parque do prédio enquanto dizia:
– Engraçado. Eu a amo, mas não lhe esqueço. Eu a quero, mas não a pertenço. Eu vivo à ela intensamente, mas é em você eu faleço. Quanta dificuldade existe em amar. Amar… Não existe amor sem Amor, mas existe Amor sem amor.
Ana franziu a testa e riu.
– Desde quando virou poeta?
– Desde que conheci sua prima.
Ana engoliu a risada e sentiu um nó na garganta. Ele a olhou diretamente nos olhos.
– O problema – disse ele – É que isso nunca acaba…
Então ele partiu.
Quando chegou em seu apartamento, sentou-se ao chão. Tirou os sapatos e as meias. Olhou para seus pés e pensou em como alguém poderia amá-lo e deitar-se todas as noites ao seu lado com aqueles pés que pareciam lixas? Com seu corpo descontente e cansado; sua olheiras e rugas, seu sorriso malicioso? Sua depravação incontrolável e seu jeito explosivo de amar? Quem o aguentaria por tanto tempo dentro de quatro paredes? Achava-se enjoativo até para 12 horas dentro de um Motel. Ele já não tinha coisas boas para pensar de si mesmo. Chorou ao chão.
Foi ao armário, abriu a gaveta e pegou o ferro frio e negro que muitas vezes o fizera tremer. Verificou o tambor: tudo cheio. Ainda chorando enfiou a ponta na boca e olhou-se no espelho. Destravou o gatilho e , um barulho ecoou por toda a casa. Ele tremeu.
Correu até o telefone para atender antes de se dar o fim merecido.
– Cézar?
– Amanda, é você?
– Sim… Pènsei muito na noite anterior. Estou te ligando para dizer que sim. Se quer saber, eu te amo sim; acho que sempre amei… Eu te amo.
– Depois de alguns minutos em uma conversa baixa e serena, ele desligou o telefone, foi até a gaveta, guardou arma, olhou-se no espelho e tentou sorrir. Não conseguiu.
Não conseguiu sorrir. E nem se matar.
Ohhhh my Good:)
q susto….
e q alivio…
..Cézar Cézar…a vida ainda tem para ti tantas surpresas…fique VIVO e verás…
bjosss
com amor…e SAUDADE…de ti e do Serginho tb,rsrss